Logo nas primeiras décadas do século XXI, o tema da infertilidade passou a incluir variáveis ambientais com mais atenção, e Oluwatosin Tolulope Ajidahun analisa que os pesticidas representam uma das mais preocupantes ameaças invisíveis à fertilidade humana. Presentes em alimentos, água e até no ar, esses compostos químicos afetam tanto homens quanto mulheres, alterando diretamente a qualidade dos gametas e os resultados de tratamentos reprodutivos.
A crescente industrialização agrícola e o uso disseminado de agrotóxicos colocam milhões de pessoas em contato com substâncias que podem interferir em processos reprodutivos fundamentais. Ainda que os efeitos nem sempre sejam imediatos, a exposição crônica pode comprometer a ovulação, a espermatogênese e a viabilidade embrionária.
Como os pesticidas afetam a fertilidade feminina
A exposição a pesticidas tem sido associada à disfunção hormonal, que pode prejudicar a ovulação e causar alterações no ciclo menstrual. Além disso, alguns compostos são classificados como disruptores endócrinos, interferindo na regulação dos hormônios sexuais femininos. A longo prazo, isso pode reduzir a reserva ovariana e dificultar a implantação embrionária.
Estudos indicam que mulheres que vivem em regiões rurais ou trabalham diretamente com agricultura apresentam maior risco de infertilidade. Essa relação não é coincidência: as substâncias químicas utilizadas nesses ambientes tendem a se acumular nos tecidos corporais e a influenciar negativamente os receptores hormonais.
Impactos sobre a fertilidade masculina
De acordo com Oluwatosin Tolulope Ajidahun, os homens também são fortemente afetados pelos pesticidas, principalmente devido ao seu impacto na produção e qualidade dos espermatozoides. Alguns agrotóxicos reduzem a contagem espermática, afetam a motilidade e provocam alterações morfológicas nos gametas masculinos.
Além disso, há evidências de que a exposição constante a pesticidas pode aumentar o estresse oxidativo nos testículos, comprometendo ainda mais a integridade do DNA espermático. Esse quadro dificulta a fertilização e aumenta o risco de falhas na implantação embrionária, mesmo em tratamentos de reprodução assistida.

Exposição ocupacional e ambiental: grupos de risco e prevenção
Algumas populações estão mais vulneráveis aos efeitos dos pesticidas, como agricultores, profissionais de jardinagem, trabalhadores da indústria química e moradores de áreas próximas a plantações. Para esses grupos, a exposição pode ser diária e cumulativa, agravando os danos à fertilidade ao longo dos anos.
Tosyn Lopes frisa que a prevenção passa, primeiramente, pela conscientização. A adoção de equipamentos de proteção individual (EPIs), o manuseio adequado dos produtos e o monitoramento ambiental são medidas fundamentais para mitigar os riscos. Além disso, a redução do consumo de alimentos com alto teor de agrotóxicos também contribui para a preservação da saúde reprodutiva.
Efeitos nos tratamentos de reprodução assistida
A presença de pesticidas no organismo pode impactar diretamente os resultados de técnicas como a fertilização in vitro (FIV). Mulheres expostas tendem a produzir menos óvulos de boa qualidade, enquanto os embriões formados podem apresentar menor taxa de implantação. Em homens, a qualidade espermática inferior compromete a fecundação, mesmo com técnicas de seleção rigorosa.
Segundo Oluwatosin Tolulope Ajidahun, os casais em tratamento de fertilidade devem considerar a realização de exames toxicológicos e mudanças no estilo de vida para reduzir os níveis de exposição. Em alguns casos, a suplementação antioxidante e o acompanhamento com especialistas em medicina ambiental também podem ser indicados.
Possibilidades futuras e perspectivas de reversão dos danos
Apesar dos impactos comprovados, há perspectivas promissoras para pacientes afetados. A remoção ou a redução da exposição aos pesticidas, acompanhada de suporte médico adequado, pode contribuir para a recuperação parcial ou total da fertilidade em muitos casos.
Tosyn Lopes comenta que a medicina reprodutiva vem evoluindo para considerar cada vez mais os fatores ambientais no diagnóstico e na personalização dos tratamentos. O objetivo é oferecer abordagens mais eficazes e adaptadas à realidade de cada paciente, com foco tanto na prevenção quanto na correção dos danos causados por substâncias tóxicas.
Autor: Kinasta Balder
As imagens divulgadas neste post foram fornecidas por Oluwatosin Tolulope Ajidahun, sendo este responsável legal pela autorização de uso da imagem de todas as pessoas nelas retratadas.