Nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) tem transformado diversos setores da medicina, com destaque especial para a radiologia. A promessa de algoritmos capazes de analisar imagens com rapidez e precisão tem despertado tanto entusiasmo quanto receio entre os profissionais da área. De acordo com o médico radiologista Dr. Gustavo Khattar de Godoy, com mestrado e doutorado em clínica médica pela UNICAMP e pós-doutorado pelo Johns Hopkins Hospital, a IA deve ser compreendida como uma ferramenta de apoio e não como uma substituição ao trabalho humano.
A formação de Dr. Gustavo Khattar de Godoy, que inclui graduação em Medicina pela PUC-SP, especialização em Radiologia Médica pelo Instituto do Coração da USP e especialização em Radiologia Cardiovascular pelo Hospital Johns Hopkins, confere a ele uma visão ampla e aprofundada sobre a prática radiológica moderna. Com experiência em gestão de equipes, planejamento estratégico e atuação em Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética Cardiovascular, ele defende o uso consciente e integrado da tecnologia no cotidiano médico.
O que é a inteligência artificial na radiologia?
Na radiologia, a IA utiliza algoritmos de aprendizado de máquina e redes neurais profundas para identificar padrões em exames de imagem, como tomografias, ressonâncias magnéticas e radiografias. Essas tecnologias são treinadas com milhares de imagens para aprender a reconhecer anomalias, como nódulos pulmonares, fraturas, hemorragias cerebrais ou lesões cardíacas.
A precisão alcançada por alguns desses sistemas tem surpreendido. Em determinados contextos, os algoritmos conseguem detectar alterações com desempenho comparável ao de radiologistas experientes. Isso, no entanto, não elimina a necessidade da interpretação clínica e da tomada de decisão, que continuam sendo funções essencialmente humanas.
A IA como apoio à tomada de decisão
Conforme Dr. Gustavo Khattar de Godoy, a principal contribuição da IA na radiologia é oferecer uma segunda leitura, funcionando como um copiloto para o radiologista. Em situações com grande volume de exames ou casos complexos, a IA ajuda a identificar sinais precoces de doenças que poderiam passar despercebidos. Isso amplia a segurança diagnóstica e otimiza o tempo do profissional, permitindo um foco maior nas análises mais desafiadoras.

Além disso, os sistemas de IA contribuem para a padronização de laudos, a redução de erros e a priorização de casos urgentes. Ao integrar essas soluções com sistemas hospitalares e plataformas de Teleradiologia, a agilidade e a eficiência do atendimento aumentam significativamente.
Riscos e limitações da IA na radiologia
Apesar dos avanços, a IA ainda enfrenta desafios importantes. Os algoritmos dependem da qualidade dos dados com os quais são treinados e podem apresentar vieses, como erros em populações sub-representadas. A falta de contextualização clínica e a interpretação mecânica de imagens também limitam a atuação da IA como ferramenta autônoma.
Segundo o médico radiologista Gustavo Khattar de Godoy, outro ponto crítico é a responsabilidade ética e legal em diagnósticos automatizados. Ainda que os sistemas auxiliem na detecção de alterações, a decisão final e o relacionamento com o paciente permanecem sob responsabilidade do profissional humano.
Além disso, a adoção indiscriminada de ferramentas de IA sem o devido treinamento pode gerar dependência tecnológica ou interpretação equivocada dos resultados. A preparação adequada dos radiologistas para lidar com essas tecnologias é fundamental para evitar riscos.
O futuro do radiologista na era da IA
Com a incorporação gradual da IA à prática clínica, o perfil do radiologista está se transformando. O profissional de hoje precisa ter não apenas conhecimento técnico em imagem, mas também habilidades digitais, visão estratégica e capacidade de interpretar dados complexos.
Conforme Dr. Gustavo Khattar de Godoy, a integração entre inteligência artificial e radiologia deverá fortalecer a especialidade, permitindo que o radiologista atue de forma ainda mais precisa, estratégica e colaborativa dentro das equipes de saúde. A tecnologia será um instrumento para melhorar a acurácia diagnóstica, reduzir a sobrecarga e ampliar o acesso à medicina de qualidade.
Em vez de uma ameaça, a IA deve ser vista como um motor de evolução da profissão. Ao adotar essas ferramentas com espírito crítico, os radiologistas terão a oportunidade de liderar essa transformação, trazendo ganhos concretos para os pacientes e para o sistema de saúde como um todo.
Conclusão: complementaridade e não substituição
A inteligência artificial representa um avanço significativo para a radiologia, mas seu verdadeiro valor está na parceria com o conhecimento humano. O olhar clínico, a interpretação contextualizada e a empatia no atendimento continuam sendo insubstituíveis.
A atuação de especialistas como o Dr. Gustavo Khattar de Godoy, com sólida formação técnica e visão de futuro, mostra que o caminho está na complementaridade entre tecnologia e prática médica. A IA, quando bem aplicada, amplia as possibilidades do radiologista e contribui para uma medicina mais eficiente, segura e centrada no paciente.
Autor: Kinasta Balder